A Consolidação da Cibersegurança é uma resposta às necessidades de estruturação e modernização dos ambientes de segurança empresariais e que tem como objetivo reduzir o número de soluções e fornecedores contratados, ao mesmo tempo em que se garante a robustez da proteção. Através dessa abordagem, é possível eliminar brechas que surgem da sobreposição de ferramentas e integrar o ambiente de forma completa, garantindo assim maior eficiência e aproveitamento de recursos.
No artigo de hoje vamos discutir como essa é uma tendência oportuna em um momento de evolução altamente acelerada dos ataques a empresas e com grande risco de perdas econômicas por paralização das atividades ou vazamento de dados. Veremos também os benefícios da adoção dessa estratégia e os pontos de atenção para implementá-la adequadamente, além de um guia para essa execução na sua empresa.
Por que consolidar?
Um estudo realizado pela Crowdstrike indica que empresas utilizam, em média, 45 ferramentas para compor seu ecossistema de segurança. Esse número representa um alto custo em termos financeiros já que para a contratação delas, dezenas de fornecedores de tecnologia podem estar envolvidos. Além de exigir grande esforço de pessoal e tempo para sua manutenção.
O aumento do número de ferramentas leva a uma complexidade desnecessária, prejudicando a integração dos sistemas e abrindo espaço para falhas. Isso é especialmente problemático em um cenário onde ataques cibernéticos estão cada vez mais frequentes e sofisticados. Em 2022, 96% dos líderes de segurança relataram incidentes. Destes líderes, quase 60% enfrentaram três ou mais tentativas de invasão no mesmo ano. Não se trata mais de "se" acontecerá, mas "quando".
Há também motivo para ligarmos um alerta sobre os prejuízos financeiros causados por tais ameaças. Em um relatório do FBI de 2023, vemos que o valor potencial das perdas geradas por esses ataques já ultrapassou os 12,5 bilhões de dólares. Esses valores podem vir da interrupção das atividades, do roubo de dados e também de transferências indevidas dos fundos empresariais.
Particularidades da América Latina
Quando olhamos para a realidade da América Latina essa é uma questão particularmente mais alarmante, já que segundo o Diretor de Segurança da Informação BJ Deonarain em entrevista à Security Leaders, essa é uma região que nos últimos anos têm sido mais propensa a receber ataques de ransomware e phishing. Isso aconteceu por conta do boom na digitalização das empresas desde 2020, quando milhares delas passaram a encarar desafios relativos à pandemia e ao trabalho remoto, justamente em um período em que as ameaças cibernéticas se multiplicaram de forma alarmante. Já em 2022, mais de 84% dos líderes de segurança relatavam um aumento visível do número de ataques que podiam gerar inclusive a interrupção de suas atividades. Neste mesmo período, países como o Brasil precisaram passar por uma regulamentação do uso de dados sensíveis, o que acabou gerando uma maior conscientização da importância de sua proteção.
Como consequência, além do risco de multas que podem chegar a 2% de seu faturamento anual em caso de vazamento de dados, também se fez necessário ampliar a área de proteção para milhões de novos pontos por conta da popularização do home office. Esse fenômeno gerou um aumento da superfície de ataque justamente quando se torna cada vez mais fácil promover tentativas de ataques de ransomware e engenharia social, por conta do baixo nível de conhecimento técnico que essas ameaças precisam ter para serem eficazes. Há cada vez mais gente gerando ameaças que necessitam de menos conhecimento para serem colocadas em prática.
Agora não é só necessário atacar o servidor da empresa, já que temos centenas de novas portas através de wi-fis domésticos de quem trabalha remotamente, wifis públicas para quem precisa se conectar fora de um ambiente seguro e também de dispositivos pessoais sendo usados para acessar as aplicações corporativas, seja através de computadores pessoais ou até mesmo celulares pessoais que estão logados em contas corporativas.
Por conta disso, o investimento no acesso remoto seguro, na verificação de privilégios, na prevenção do vazamento de dados e na educação dos colaboradores é fundamental para fortalecer a rede de segurança que se faz cada mais ampliada. Por conta disso, a procura por soluções de segurança que contem com abordagens Zero Trust cresce muito.
Quando pensamos em como todos esses desafios se concentram, é nítido que diversas empresas precisaram investir em ferramentas de segurança com urgência. No momento em que esse movimento é feito sem a consultoria de empresas experientes no cenário brasileiro e também na implantação de plataformas consolidadas, é fácil ver por que muitos contratantes optam por adotar ferramentas pontuais para cada um dos problemas. Essa postura acaba levando à construção de um ecossistema de segurança fragmentado, com muitos fornecedores diferentes e com alto custo por conta dos valores somados de cada uma dessas plataformas que por conta da falta de integração podem acabar fornecendo uma estrutura de segurança com muitas lacunas.
Vantagens da Consolidação na segurança digital
1. Ambiente preparado para ameaças de Dia Zero
A consolidação cria um ecossistema unificado e integrado, capaz de detectar e responder rapidamente a ameaças. Com os dados centralizados, as plataformas ganham agilidade para reagir em tempo real a eventos críticos, incluindo ataques de Dia Zero.
2. Integração e automação das ferramentas de segurança
Soluções consolidadas oferecem automação de processos, permitindo respostas imediatas mesmo fora do expediente da equipe. Isso minimiza o impacto dos incidentes e garante que ações adequadas sejam tomadas com agilidade. Grande parte delas conta inclusive com o uso de IAs para identificar padrões de comportamento de usuários da empresa, além de ter a capacidade de aprendizado contínuo.
3. Simplificação da operação e maior visibilidade
A unificação das plataformas facilita a operação do time de TI e segurança, eliminando a redundância de tarefas e simplificando o monitoramento. Dashboards integrados oferecem uma visão abrangente e clara das ameaças e dos pontos vulneráveis.
4. Redução de custos e aumento da eficiência
A contratação de soluções pontuais tende a gerar sobreposição de funções e desperdício de recursos. A consolidação elimina esses gargalos, reduz custos operacionais e proporciona previsibilidade nos investimentos, inclusive permitindo escalabilidade sem aumento exponencial nos gastos.
5. Inovação e crescimento com segurança
Empresas em crescimento também se beneficiam com a consolidação, pois ganham uma base sólida e escalável, capaz de suportar expansão sem comprometer a segurança. Com menos ferramentas para dominar, o tempo de capacitação das equipes também é reduzido, favorecendo a inovação contínua. Além disso, essa previsibilidade também beneficia empresas com crescimento acelerado, já que o aumento no número de usuários de forma constante deixa de causar também um aumento do número de usuários contratados nas plataformas individualmente.
6. Prevenção de perdas financeiras por multas e violações
Muitas vezes tendemos a acreditar que o investimento em segurança de dados é algo que só tem espaço para realização em empresas já consolidadas e de grande porte, mas incidentes de segurança devem ser motivo de grande preocupação para aqueles que estão em desenvolvimento, já que além dos custos financeiros por multas referentes à LGPD, eles podem gerar também a paralização de atividades, comprometendo prazos internos e também os definidos com clientes e fornecedores, além da perda de credibilidade frente ao mercado.
Pontos de atenção da Consolidação na Cibersegurança
É claro que essa decisão por essa estratégia de construção do ambiente de segurança conta também com pontos que devem ser levados em consideração antes da sua adesão, para garantir que essa é realmente a melhor abordagem para você.
- Acesso contínuo à inovação
Outro receio comum em um cenário de inovações aceleradas e surgimento igualmente acelerado de novas ameaças é o medo de acabar não tendo a possibilidade de adotar as novidades emergentes em termos de tecnologia. Podemos facilmente desmontar esse argumento quando lembramos que os principais players de ambientes centralizados também estão investindo incansavelmente em inovação.
Por conta disso, o foco deveria ser na escolha daquela que tem maior aderência a atualizações constantes, além de ser reconhecida pela robustez de seu serviço e suas tecnologias.
Além disso, ainda que surja o medo de precisar lidar com um período de transição e migração que pode diminuir o ritmo de funcionamento das equipes de tecnologia e segurança, você terá a tranquilidade de saber que é sempre possível contar com o suporte de seu parceiro para que essa transição ocorra de forma suave e sem interrupções de operação.
- Gerenciamento da transição com segurança
Migrar para uma arquitetura consolidada pode parecer desafiador, mas com planejamento adequado e suporte técnico especializado, é possível realizar uma transição suave, sem impacto nas operações.
Além disso, empresas experientes como a Contacta oferecem apoio completo, desde a escolha das soluções até o treinamento da equipe, garantindo que a mudança seja feita com segurança e eficiência.
- Vendor lock-in
O vendor lock-in é o receio de que, ao optar por um único fornecedor de tecnologia, a empresa fique vulnerável à instabilidade desse parceiro, perdendo flexibilidade e liberdade de integração. Esse medo foi intensificado por eventos recentes no setor de tecnologia, que expuseram os riscos de dependência quando há falhas ou interrupções. No entanto, essa percepção não reflete totalmente a realidade, pois as soluções consolidadas continuam permitindo integrações via API e são compatíveis com padrões amplamente utilizados no mercado.
Na prática, optar por um fornecedor confiável e centralizar as soluções pode resultar em ganhos significativos, como maior eficiência, visibilidade e segurança. A fragmentação de ferramentas, muitas vezes confundida com liberdade, tende a aumentar a complexidade operacional, reduzir a performance e criar brechas de segurança. Dessa forma, a suposta dependência do vendor é menos arriscada do que a desorganização causada pela mistura de diversas soluções desconectadas.
Para compreender, podemos fazer a seguinte comparação: Ainda que haja um grande número de soldados bem treinados e especializados em diferentes técnicas de defesa em um front de batalha, a chance de que a força inimiga consiga encontrar brechas em suas estratégias individualmente é muito maior do que em casos em que eles escolhem unir forças e criar uma parede sólida de escudos que segue as orientações de um único comandante.
Por isso, mais do que se preocupar com os riscos de escolher um parceiro só para a construção de seu ecossistema de segurança, é muito mais importante focar em encontrar aquele que é capaz de fornecer a melhor proteção de todas, se tornando um parceiro estratégico com que sua empresa pode estabelecer acordos de serviço, transição gradual e segura em caso de migração e até mesmo uma consultoria para te proporcionar a melhor utilização dos recursos que você já tem disponíveis em seu arsenal.
Conclusão
Ao longo deste artigo, vimos como o investimento em Consolidação da Cibersegurança é um excelente caminho para as empresas que querem fortalecer sua estrutura de segurança, reduzir custos e torná-los previsíveis, garantir a conformidade com a legislação de proteção de dados, aumentar a visibilidade sobre as ameaças, reduzir o tempo de resposta em casos de ataques e simplificar suas operações.
Os receios que podem surgir ao tomar essa decisão acabam desaparecendo quando comparamos o número de vantagens com o impacto real de possíveis desvantagens, já que o principal ponto de atenção é a escolha certa de parceiro que deve ser feita para garantir a proteção completa e o acesso a inovações enquanto elas surgem.
A Contacta pode te ajudar nesse desafio! Juntos, podemos avaliar seu ecossistema e entender quais soluções você realmente precisa, quais podem ser integradas e qual seria o melhor provedor de tecnologia para a sua realidade. Hoje temos abordagens diferentes que podem ser implementadas em plataformas unificadas. Durante esse tempo, sua equipe terá o treinamento necessário para operação da plataforma escolhida e a segurança de que será feita uma transição segura.







