Se a sua empresa já usa a nuvem ou está pensando em migrar, provavelmente já se deparou com dúvidas sobre como controlar os custos e manter tudo funcionando de forma eficiente. Nesse artigo vamos te explicar de forma simples e direta o que é FinOps e porque essa prática tem ganhado tanto espaço nas empresas que querem usar a nuvem de forma mais estratégica.
Boa leitura!
A computação em nuvem já não é nenhuma novidade para as empresas. Independente do tamanho ou segmento de mercado, a jornada para a nuvem é inevitável e fundamental para que as companhias consigam acompanhar as constantes transformações, tanto tecnológicas quanto no comportamento dos consumidores.
As empresas que ignoram a jornada para nuvem sofrem com consequências, como: perda de competitividade; dificuldade de escalabilidade, baixa eficiência operacional, atraso no processo de inovação, entre outros problemas.
Se no passado as empresas tinham que manter uma infraestrutura de TI própria e local, com a computação em nuvem elas podem utilizar recursos de TI, disponibilizados por terceiros, como AWS, Microsoft Azure, Google Cloud, entre outros.
Esses recursos são oferecidos em diferentes modelos de serviço, como IaaS (Infraestrutura como Serviço), PaaS (Plataforma como Serviço) e SaaS (Software como Serviço), permitindo flexibilidade de acordo com a necessidade do negócio. A principal vantagem desse modelo está na escalabilidade e no pagamento sob demanda, o que torna mais acessível o uso de soluções tecnológicas robustas para empresas de todos os tamanhos.
Quanto maior o nível de maturidade da empresa em cloud, maior é o nível de abstração da infraestrutura de TI e o foco na lógica de negócios.
Como vimos, a transformação digital tem impulsionado as organizações a repensar seus modelos de TI, e a migração para a nuvem tornou-se uma estratégia essencial para aumentar a agilidade, reduzir custos e fomentar a inovação. No entanto, a jornada para a nuvem pode ser desafiadora – sobretudo diante dos investimentos legados e da complexidade de migrar para um novo paradigma operacional.
Segundo relatório produzido pela Flexera, o gerenciamento dos custos com nuvem destaca-se como o principal desafio encontrado pelas empresas na jornada para a nuvem.
FinOps é a abreviação de Financial Operations. Trata-se de um modelo de gestão financeira focado em otimizar os custos de computação em nuvem, combinando disciplinas de TI, negócios e financeira.
De acordo com o relatório da Flexera, aproximadamente 51% das organizações já contam com equipes FinOps, e a otimização de custos é uma prioridade para 59% das empresas.
Segundo artigo publicado pela Forbes, um dos grandes desafios enfrentados por empresas que adotam a computação em nuvem é o cloud sprawl: a dispersão descontrolada de serviços e recursos em múltiplas plataformas. De acordo com o autor, esse fenômeno deixa evidente como a falta de governança pode resultar em custos excessivos, dificuldade de gestão e riscos de segurança.
Muitas organizações entram na nuvem buscando agilidade, mas sem uma estratégia clara, acabam acumulando recursos subutilizados e ambientes complexos.
É nesse cenário que o FinOps se torna essencial: ao unir práticas financeiras e operacionais, o FinOps promove visibilidade, controle e eficiência no uso da nuvem, ajudando a transformar o consumo desordenado em uma operação sustentável, alinhada aos objetivos de negócio.
De acordo com a FinOps Foundation, entre os princípios do FinOps estão a importância da colaboração entre as áreas, o uso inteligente de dados para tomar decisões, a divisão de responsabilidades sobre os custos da nuvem, e o aproveitamento do modelo flexível de cobrança desse tipo de serviço.
Para que o FinOps funcione bem, é essencial que diferentes áreas da empresa — como finanças, tecnologia, produtos e negócios — trabalhem juntas. Essa colaboração permite que todos estejam alinhados e tomem decisões rápidas e eficazes sobre o uso da nuvem. Trabalhando em conjunto, as equipes podem melhorar continuamente a eficiência e promover inovações.
As escolhas relacionadas à tecnologia devem sempre considerar o valor que trazem para o negócio. Em vez de focar apenas no gasto total, é importante analisar métricas que mostram o impacto real no negócio, como o custo por unidade de serviço ou produto. Isso ajuda a fazer escolhas equilibradas entre custo, qualidade e velocidade, além de enxergar a nuvem como uma ferramenta para impulsionar a inovação.
Cada equipe ou indivíduo que utiliza recursos em nuvem deve ser responsável por seu consumo e pelos custos gerados. Isso significa que os engenheiros e desenvolvedores precisam considerar os custos desde o momento em que estão projetando e construindo os sistemas, não apenas depois que tudo está funcionando. Ao descentralizar as decisões sobre arquitetura e uso de recursos, as equipes ganham autonomia para gerenciar seus próprios orçamentos e buscar soluções mais econômicas.
Para tomar decisões bem fundamentadas, é crucial ter acesso a dados atualizados e confiáveis sobre o uso e os custos da nuvem. Isso significa que as informações devem ser processadas e compartilhadas assim que estiverem disponíveis, permitindo que as equipes ajam rapidamente para corrigir problemas ou aproveitar oportunidades de economia. A visibilidade em tempo real dos gastos ajuda a manter o controle e a evitar surpresas no orçamento.
Embora todos na organização devam estar envolvidos com o FinOps, ter uma equipe dedicada a coordenar os esforços é fundamental. Essa equipe centralizada atua como facilitadora, fornecendo orientações, ferramentas e melhores práticas para que as outras equipes possam gerenciar seus custos de forma eficaz. Eles também ajudam a garantir que as estratégias de FinOps estejam alinhadas com os objetivos gerais da empresa.
Como dito anteriormente, o FinOps é uma prática operacional e cultural que visa maximizar o valor comercial da tecnologia em nuvem. Ele promove a colaboração entre equipes de engenharia, finanças e negócios, permitindo decisões rápidas e baseadas em dados, além de criar responsabilidade financeira no uso dos recursos tecnológicos. Ao adotar o FinOps, as organizações podem alinhar melhor seus investimentos em nuvem com os objetivos empresariais, garantindo que cada gasto contribua efetivamente para o crescimento e sucesso da empresa.
De acordo com a FinOps Foundation o framework de FinOps é guiado por três fases principais que se repetem continuamente: Informar, Otimizar e Operar.
Na fase de Informar, o objetivo é garantir que todas as equipes — especialmente as áreas de tecnologia, finanças e negócios — tenham acesso claro e em tempo real aos dados sobre o uso da nuvem e seus respectivos custos. Isso inclui visualizar quais recursos estão sendo consumidos, por quais projetos, e com que impacto financeiro. Essa visibilidade permite uma compreensão compartilhada do consumo da nuvem, o que é essencial para tomadas de decisão bem fundamentadas.
Em seguida, vem a fase de Otimizar, onde os dados coletados são analisados para identificar formas de reduzir custos sem prejudicar a performance. Aqui, as equipes podem, por exemplo, desligar recursos não utilizados, ajustar a capacidade de servidores para que combinem melhor com a demanda real, ou migrar cargas de trabalho para opções mais econômicas oferecidas pelo provedor de nuvem.
Já na fase de Operar, o foco está em colocar em prática políticas e processos que sustentem essa cultura de uso consciente da nuvem. Isso inclui definir responsabilidades, automatizar o monitoramento de gastos e promover reuniões regulares entre áreas técnicas e financeiras para garantir que o uso da nuvem continue alinhado às metas da empresa. As três fases trabalham de forma integrada e contínua, criando um ciclo de melhoria constante, onde a empresa aprende com o uso anterior, ajusta sua estratégia e evolui com mais inteligência financeira no ambiente digital.
Em resumo, o FinOps é uma forma prática de ajudar as empresas a usarem a nuvem com mais inteligência e menos desperdício. Ao juntar as áreas de finanças, tecnologia e negócios, ele garante que todo mundo fale a mesma língua quando o assunto é gastar bem com tecnologia. Com mais controle, colaboração e visibilidade, dá pra evitar surpresas no orçamento e focar no que realmente importa: fazer a empresa crescer de forma sustentável. Então, se a sua organização já está na nuvem — ou pretende ir —, vale muito a pena conhecer e aplicar o FinOps no dia a dia.
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