Em um cenário onde ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados e frequentes, a proteção das redes empresariais vai além da segurança do perímetro. As ameaças evoluem, explorando brechas internas e movimentando-se lateralmente em busca de ativos valiosos. Nesse contexto, a microsegmentação se destaca como uma abordagem estratégica adaptável às demandas de ambientes modernos.
No artigo de hoje, entenderemos o que é microsegmentação e seus benefícios da implementação na estratégia de cibersegurança.
Dentro das diversas tecnologias de cibersegurança, microsegmentação é uma técnica de segurança presente em diversas famílias da segurança digital e essencial para a formação de qualquer infraestrutura de segurança.
Essa técnica se baseia na criação de restrições de acesso a determinados recursos, rede ou dados, permitindo dividir e isolar diversas partes da infraestrutura de dados. Além disso, essa é uma técnica flexível, que permite que a empresa crie suas próprias políticas de acordo com as suas necessidades. Isso limita o tráfego de dados apenas ao que é necessário para as funções de negócios ou operações dentro de cada segmento.
Sendo assim, a microsegmentação permite oferece escalabilidade e segurança contra ameaças cibernéticas, sendo uma técnica presente dentro de metodologia de Zero Trust e de tecnologias de gestão de identidades, entre outros.
Como falamos, a microsegmentação se baseia na divisão uma rede em seções de acordo com a necessidade da empresa, isolando-a do resto dos dados da empresa. Esse isolamento pode acontecer dentro de Data Center locais, dentro de servidores em nuvem ou aplicações onde se cargas de trabalho sejam executadas. Sendo assim, tanto servidores quanto máquinas virtuais, contêineres, dados e aplicações, podem ser segmentados de acordo com as políticas definidas da empresa de forma granular.
Dito isso, existem variações de comportamento de como uma tecnologia de microsegmentação funciona, dependendo da solução utilizada e política aplicadas. Porém, podemos basear nas seguintes funções:
A rede é dividida em pequenos segmentos lógicos baseados em critérios como função, tipo de aplicação, ou fluxo de dados. Isso pode ser feito usando virtualização, onde recursos como máquinas virtuais (VMs), containers ou instâncias de nuvem são isolados.
Para cada microsegmento, são definidas políticas de segurança que determinam quais fluxos de dados são permitidos e quais são bloqueados. Essas políticas são aplicadas a nível de aplicação, usuário, dispositivo ou fluxo de trabalho, em vez de depender apenas de firewalls de perímetro tradicionais.
O tráfego de rede dentro e entre os microsegmentos é monitorado em tempo real. Isso permite uma visão detalhada de como os dados se movem entre aplicativos, servidores ou usuários. Essa visibilidade facilita a aplicação de políticas específicas e a detecção de comportamentos anômalos.
As políticas de segurança podem ser ajustadas dinamicamente com base no contexto, como identidade do usuário, localização, tipo de dispositivo, ou comportamento. Assim, o tráfego é restrito conforme necessário. Por exemplo, apenas determinados serviços ou aplicativos podem se comunicar entre si dentro de um microsegmento.
Caso haja uma violação de segurança em um microsegmento, as regras rígidas de comunicação entre segmentos limitam a capacidade do invasor de se mover lateralmente para outros segmentos. Isso isola o incidente e reduz o impacto potencial na rede maior.
Ferramentas de microsegmentação modernas utilizam automação para ajustar rapidamente as políticas de segurança à medida que os ambientes de TI mudam, garantindo que as proteções sejam mantidas mesmo quando novas aplicações ou usuários são introduzidos.
A partir dessas funções, podemos imaginar alguns exemplos práticos de como funciona a microsegmentação, por exemplo: imagine que em um dia comum, um atacante descobre uma vulnerabilidade em um dos servidores web e consegue explorá-la, ganhando acesso ao sistema. Sem microsegmentação, esse atacante poderia usar o servidor comprometido como porta de entrada para explorar toda a rede, chegando até o banco de dados e roubando informações confidenciais.
Com a evolução das ameaças, explorando brechas internas e movimentando-se lateralmente em busca de ativos valiosos. Com isso, nasceu a necessidade de explorar formas de isolar diferentes ativos para evitar que aconteça um ataque maior. Com isso, é importante escolher o tipo certo de microsegmentação para a necessidade de cada empresa, segmentando um espaço específico.
No caso de uma microsegmentação baseado em agentes, o sistema envolve o uso de um software instalado diretamente nos endpoints para monitorar e controlar o tráfego em nível granular. Nessa versão, os agentes agem como "sentinelas" em cada workload, aplicando políticas de segmentação diretamente no nível do endpoint.
Esse tipo de microsegmentação costuma facilitar a implementação de políticas baseadas em contexto, identidade ou processo. Além disso, funciona em ambientes dinâmicos, como containers, onde outros métodos podem ser limitados.
No caso de microsegmentação baseada em rede, podemos trabalhar com tecnologias e ferramentas tradicionais de segmentação no nível da infraestrutura de rede, como VLANs, sub-redes, listas de controle de acessos e firewalls. A ideia principal é dividir uma grande rede em segmentos menores e controlados, restringindo o tráfego entre esses segmentos com base em regras específicas.
Baseando a microsegmentação em rede, é possível reduz a superfície de ataque, limitando o movimento lateral de ameaças. Porém, esse tipo de segmentação oferece granularidade limitada e em redes dinâmicas, como nuvens públicas, a microsegmentação baseada em rede pode não acompanhar mudanças rápidas de workloads.
No caso de microsegmentação baseada em nuvem, a abordagem utiliza ferramentas e tecnologias específicas para criar segmentos granulares dentro de ambientes de nuvem pública, privada ou híbrida. Ela se concentra em controlar e proteger os fluxos de tráfego entre workloads e aplicações em um ambiente altamente dinâmico, onde os recursos são frequentemente criados, modificados ou excluídos.
Essa é um tipo de microsegmentação ideal para ambientes mais dinâmicos, em que existe uma grande frequência de adição e a remoção de recursos. Além disso, é facilmente escalonável e a maioria das nuvens publicas oferecem ferramentas nativas para microsegmentação, reduzindo a dependência de soluções externas.
Como parte uma estratégia de segurança, a microsegmentação é um elemento crucial na proteção de sistemas de segurança contra ataques externos. Dentro de uma infraestrutura de segurança, sua função vai além de proteger os sistemas de ataques externos: ela também mitiga riscos internos, isola ameaças e fortalece a resiliência contra ataques avançados, como ransomware e movimentação lateral. Podemos dizer que a microsegmentação adiciona
camadas a mais infraestrutura de segurança.
A microsegmentação oferece diversos benefícios para os usuários:
Mais do que uma tecnologia, a microsegmentação é uma filosofia de segurança que redefine como as redes são protegidas, isolando sistemas, restringindo comunicações desnecessárias e impedindo que ataques se espalhem.
Com diversos métodos de identificação e integração simplificada, a microsegmentação oferece escalabilidade e eficiência, mesmo em redes com muitos dispositivos. Sendo assim, a abordagem da microsegmentação se mostra é essencial para proteger os dados e garantir a segurança cibernética das organizações.
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